
Tensão no Indo-Pacífico: Chefe do Pentágono alerta para ofensiva da China e convoca aliados asiáticos a fortalecerem a defesa
Publicado em 1º de junho de 2025
Durante o prestigiado fórum de segurança internacional Shangri-La Dialogue, realizado neste fim de semana em Singapura, os olhos do mundo se voltaram para o alerta contundente do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth. Em um pronunciamento carregado de seriedade, Hegseth classificou a China como a principal ameaça estratégica do século e pediu que os aliados americanos na Ásia fortaleçam urgentemente seus investimentos em defesa.
Segundo ele, a modernização militar da China atingiu níveis alarmantes, com avanços que remetem ao maior crescimento bélico desde o fim da Segunda Guerra Mundial. O secretário afirmou que existe uma possibilidade real de uma investida chinesa contra Taiwan antes de 2027 — um prazo que exige respostas imediatas da comunidade internacional.
“Estamos diante de um ponto de inflexão. Nossos aliados precisam estar prontos — militarmente, politicamente e tecnologicamente — para defender a ordem internacional baseada em regras”, declarou Hegseth durante o evento.
Apelo por mais investimentos militares
Hegseth instou países estratégicos como Japão, Coreia do Sul, Filipinas e Austrália a revisarem suas políticas de defesa e ampliarem seus orçamentos militares. De acordo com ele, a estabilidade no Indo-Pacífico dependerá da disposição dessas nações em conter a influência de Pequim.
A proposta gerou reações imediatas. Na Austrália, o primeiro-ministro Anthony Albanese declarou que seu país não aceitará “imposições externas” sobre sua política de segurança, embora tenha reafirmado o compromisso com um plano de modernização das Forças Armadas que prevê um investimento de 10 bilhões de dólares em quatro anos.
Resposta dura da China
Pequim não demorou a responder. Por meio de nota oficial, o governo chinês acusou os Estados Unidos de alimentar uma mentalidade de Guerra Fria e de promover o medo como estratégia geopolítica. O Ministério das Relações Exteriores da China classificou as declarações de Hegseth como “provocativas” e reafirmou que Taiwan é uma questão de soberania nacional inegociável.
Segundo analistas internacionais, esse embate evidencia a escalada do confronto indireto entre Washington e Pequim. Enquanto os EUA fortalecem alianças militares e comerciais com países do Pacífico, a China acelera sua presença naval e tecnológica em áreas-chave da região.
Risco de conflito crescente
O Shangri-La Dialogue, que reúne líderes militares e civis de dezenas de países, tornou-se palco de uma clara divisão entre as potências ocidentais e asiáticas. Especialistas alertam que a falta de diálogo e os crescentes exercícios militares em áreas disputadas podem precipitar um confronto de proporções globais.
“É essencial que as lideranças da região não apenas se armem, mas também busquem canais diplomáticos de prevenção de crise. O futuro da estabilidade mundial pode depender do que acontecer no Indo-Pacífico nos próximos dois anos”, avaliou um diplomata que participou do evento.
Por fim,
A mensagem dos EUA está clara: o tempo está se esgotando. A China representa, hoje, mais do que um rival econômico — é um adversário estratégico com capacidade real de desafiar a ordem mundial. E, na visão do Pentágono, conter esse avanço depende de união, investimentos robustos e, acima de tudo, coragem política por parte dos aliados do Ocidente.
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